Meu pai
contava que quando se casou com minha mãe foram morar numa casinha no meio dos
eucaliptos nas cercanias da fazenda do meu avô Xavier e que foram tempos felizes,
onde somentemente ele e minha mãe se amavam. Pouco tempo depois meus avos
decidem morar de vez na cidade de samonte onde tinha casa e meus pais se mudam
para a serra.
No tempo que
meus pais moraram na serra eles não exploram as atividades típicas de fazendeiros,
não tinham gado leiteiro nem atividades agropecuárias, meu pai vivia de fazer
negócios, compra e venda, catira como ele gostava de disser, com isso minha mãe se queixava de ficar muito sozinha naquele casarão com duas crianças pequenas
para cuidar e tinha medo de viandantes, mascates e andarilhos que passavam
pelas cercanias e muitas das vezes paravam para pedir uma ajuda, e a
deixava muito assustada, insegura.
Engraçado
como lembro nitidamente de um bonezinho que tinha mais a primeira experiencia
de quase morte não guardei recordações para contar . minha mãe dizia que eu
mais o gilberto estávamos brincando no sol e ela preocupada pois que eu não
estava usando meu bonezinho, o cujo devia estar caído em algum canto da casa ,
pegou o referido e colocou na minha cabeça e que eu imediatamente o tirei pois
deveria estar incomodando mais que ela pegou o bonezinho dinovo e colocou na
minha cabeça e apertou para que eu não voltasse a tirar. Segundo ela eu gritei
e já fui desmaiando e ela nesse momento viu um escorpião descendo pela minha
orelha, disse que eu fiquei roxo e nesse momento ela desesperada, sozinha em
casa pois o meu pai estava fora negociando começou a pedir por socorro aos
berros até que apareceu o Zeurides que morava do outro lado córrego e
providenciou um jeito de me levar para samonte em busca da cura, de um milagre
pois que ela já tinha perdido um filho, Juarez que havia morrido logo depois do
nascimento e que ela não suportaria ficar sem o jaminho.Gostava muito de ouvir
minha mãe contar esse causo, quanto mais ela contava para as visitas, as tias,
os tios mais me encantava, era para mim motivo de orgulho ter sido picado por
um escorpião, até hoje ainda me sinto envaidecido por ter sobrevivido a uma
picada de escorpião.
O despertar la naquele casarão da serra era fácil o difícil era conseguir abrir os olhos que ficavam cheios de remela e se tornava dificultoso, muitas das vezes achava que tinha ficado cego custava para conseguir abrir os zoios.
Muitas das vezes acordava com o matraquear do Nenzito, companheiro de invernadas de meu pai, que como minha mãe falava ficava mais era solto no mundo, fazendo negócios, catireiro, comprando e vendendo e ela sozinha naquele casarão cuidando de nois, morrendo de medo dos viandantes, mascates e outros andarilhos que transitavam por aquelas bandas.
O Nenzito tinha um cavalo que chamava-se pica-fumo e quando ele chegava
soltava o pica-fumo no curral por la o deixava. certa vez vi quando o pica-fumo
achou uma tronqueira aberta, que dava para um pastinho que ficava do outro lado
da casa e por la se embrenhou, estava o nenzito procurando pelo cavalo quando
eu cheguei perto dele e falei cerimonioso que eu não ia lhe contar que tinha
visto o pica-fumo passar na tronqueira do outro lado , e ele brincalhão como
era me perguntava sério porque que eu não queria contar que tinha visto o
pica-fumo fugir para aquele pastinho que ficava do outro lado da casa. Esse
causo do cavalo seria repetido entre risadas pelo nenzito durante toda a minha
meninice na serra.
A mais
antiga recordação do tio Antonio.
Ele tinha
ido a serra em visita a minha mãe, estavam conversando la na cozinha, eu
gostava de ficar escutando a conversa deles e enquanto isso ia colocando graõs
de milho no nariz, um após o outro até que não estava conseguindo respirar
direito quando deram fé eu já estava passando muito mal. Tio Antonio então se
propões a me levar ate a cidade onde o Dr vilmar poderia fazer a remoção do
milharal que estava instalado nas minhas narinas. Me lembro como se hoje fosse
de estar sentado no tanque de gasolina da moto com o querido tio antonio indo
passear na cidade, porque para me era um passeio onde orgulhoso eu estava
pilotando o motor, flahes do consultório do doutor, luzes, pinças e tudo
resolvido voltamos para a serra.
Do tio Zeulisses,
lembro com detalhes do jeep que passava por dentro do curral, dava uma buzinada
e seguia para a cidade. Beku tinha encontrado um toco que para nois era
igualzinho do jeep do tio zeulisses e nos brincávamos horas seguidas com aquele
toco por estradas que nos desenhávamos no curral.
Tialonzo,
tonho do tialalonzo e mariafrava moravam por perto e tenho vagas lembranças
deles.
do negro
vital me alembro muito bem, certo dia o meu pai perguntou para o vital: vital
você quer esse menino para você, se referindo a mim, nesse momento o vital me
pegou no colo foi quando o beku veio para cima dele cheio de razão para me
resgatar, pois que afinal até então eu era o único companheiro que ele tinha,
meu pai dizia que ele gritava huvital sorta ele, e o vital me colocou no chão
e disse toma , eu não quero mais minino não.