Caminhar para lembrar de um tempo sem horas nem compromissos!

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domingo, 27 de junho de 2021

                                           Recados e lembranças de minha saudosa mâezinha



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Como era bom nos fins de semana embarcar no São Cristovão para Santo Antonio do Monte e recarregar as baterias com o amor infinito de meu pai e de minha saudosa mâezinha. rever a Marcia e o Marcio, contar causos do que era morar na capital.


Minha mãe continua tocando o barco, agora com a filharada ja criada e muito bem educada!




 Anos 70 nos tempos que morava na Rua Tupis, 1303 e trabalhava em um escritorio na Rua tupis,185. Lia Maria estudava em um cursinho que era bem proximo do meu trabalho. Nessa epoca o Gilberto tinha arrumado serviço na Camargo Correa e creio eu morava em Itabirito, A Marcia e o Marcio viviam em Santo Antonio do Monte na doce companhia de nossos pais e a Lia mais Eu disfrutavam dos prazeres da capital mineira.

Observação.: nessa epoca a Lia Maria se chamava Maria do Carmo.

Vivendo na capital

Minha linda prima Neuza, companheira de pinga e cerveja.





sábado, 28 de julho de 2012

A Grande familia ! Meu pai assume o controle e mudamos da casa da sogra!


Vivemos 7 anos na casa da vó, para minha mãe foram 7 anos na casa de sua santa mãezinha e para o meu pai com certeza foram longos 7 anos vivendo na casa da sogra onde ele não tinha liberdade e com certeza não sentia à vontade, havia regras, restrições, a casa estava sempre cheia e ele mal chegava em casa e já saia para rua novamente.

 lembro de muitas das vezes ele entrava via que a reunião dos parentes da minha mãe não tinha hora para acabar, todos agarrados numa prosa sem fim na cozinha percebia-se que ele não esquentava lugar, revirava alguma coisa na gaveta, pegava o chapéu e ia cuidar dos negócios.

Assim falava Sô Bem “Há males que veem para o bem”

 

Durante o ano de 1967 nos mudamos da casa da Vó!

De uma maneira certa, esse primeiro ano foi um renascimento para nossa família, foi marcante daria para escrever um livro de tantas recordações que repousam ainda hoje na memória que já se apagou para outros tantos acontecidos. Era como se acabasse de ser adotado, meu pai parecia um pinto no lixo de tanto contentamento, enfim podia chegar em casa, deitar-se no seu próprio sofá, botar os pés em cima da mesa e decidir do que podia e não podia ser. 

Formatura do Marcio Pinto de Lacerda, orgulho do Vico da Josina. 

A Marcia Maria Lacerda, toda elegante em sua primeira formatura.

Tivemos oportunidade de viver nos 4 cantos e no centro da efervescente Santo Antônio do Monte dos anos 60 e meados dos gloriosos anos 70.

 De 1968/1969, moramos 12 meses como era de costume nesse casarão do João Tomaz.

Vivíamos felizes, havia um sentimento bom, éramos bem cuidados, tínhamos nossa casa, nossos trens era “a família do chico rasgado” como falava nosso pai que se desdobrava juntamente com nossa mãezinha para nós proporcional conforto e confesso que nunca senti falta dos bons tempos que morava com a vó.








Quarta serie do primario fiz eu no Grupo Escolar Amâncio Bernardes em 1968

e

A casa do Bastião Necreto  ficava nessa praça, quase em frente a casa do Padrinho Vigário, moramos 12 meses (1967/1968). 


Praça Getulio Vargas ( da igreja) ,vista do Gloria Clube ao lado da casa que moramos  em 1974/1975 quando em fevereiro de 1975 me fui para Belo Horizonte em busca de fama e riquezas.


Minha mãe na janela assistindo  ao desfile de 7 de setembro de 1974, eu estava nesse desfile. Colégio da Dona Maria onde nesse ano  me formava em técnico de contabilidade e estaria prontinho  para tentar a vida na capital.

Cerimonia de colação de grau do curso de Técnico de contabilidade. dezembro de 1974.




Enquanto muita gente tem a fantasia de pegar o trem que apita noite adentro, passei boa parte da infância andando nos trilhos.







Brinquei muito nessa maquina, sentava onde era para pedalar e dirigia como se fosse um carro de verdade. Minha mãe pilotou essa maquina por muitos anos.


Escadaria do Hotel do Cabralinho.





Turma do curso Técnico de Contabilidade em 1974

Formatura do Ginásio Estadual do Padre Paulo em 1971 a entrega dos diplomas foi no Cine Marabá, o padre Paulo havia sugerido o nome do Doutor dentista Narciso para paraninfo da turma.




Em 1976 , morava em Belo Horizonte  sempre que podia passava os fins de semana na casa dos meus pais para matar a saudade e recarregar as baterias.

1971/1972 meu pai alugou uma casa por 12 meses no Istexas, essa foto foi tirada de em frente a nossa moradia tenho registrado  na memoria os desfiles que a Maria do Carmo, a Marcia Maria, o Tonho do Tio Francisco e outras beldades da epoca faziam acontecer por aqui. Nesse periodo minha mãe trabalhava na Santa Casa como enfermeira, turno da madrugada, uma noite era eu outra o Gilberto que a acompanhava até o trabalho porque era perigoso para uma Senhora sair de madrugada sozinha.




quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Vó Afonsina decide que é hora de grandes mudanças!


Minha Vófonsina toma decisões importantes, é chegada a  hora de grandes mudanças, decide que vai vender a casa da esquina, construir uma casa nova e vender a  serra .A nova casa fica pronta, a casa da esquina é vendida e demolida dando lugar a essa construção de 2 andares, o Dione que comprou a casa da esquina propõe comprar também a casa nova com usufruto da vó ( significa que a casa somente seria entregue quando minha avó resolvesse deixar esse mundo como o vô Xavier já havia decidido) e a serra foi vendida para o Zé Ulisses que era o marido da Tia Maria.

Anos 60 começo de uma nova década, creio eu que em 1961 minha mãe que não aquentava mais morar na roça, gravida da Maria do Carmo, que tempos depois viria a se chamar Lia Maria se muda para a cidade e vamos morar na casa nova da Vófonsina. Casa boa, um quarto para minha vó, outro quarto para o Pai e a mãe e outro para os meninos que no caso era o Gilberto mas eu.

Ainda tinha um quarto para as visitas, dois banheiros, cozinha grande com fogão a lenha e rede pendurada, quinta, barracão, chiqueiro coisa de primeiro mundo, para nós era um palácio.

A festa de casamento da Tia Alicinha foi nesta casa, ainda guardo na lembrança o gosto dos doces e salgados, o encontro dos tios e tias, da primaida e de como todos aprovavam e gostavam do noivo, o Tonho Raposo.

Nessa casa a nossa família aumentou, apareceu primeiro a Maria do Carmo, depois a Marcia Maria e por fim o Marcio.

Vófonsina reúne a filharada e exige que uma vez por ano ela faz questão de reunir todos os filhos, filhas e netos para um almoço e que estamos decididos.

Os filhos Antônio, Zezinho, Paulo e Francisco e as filhas Maria, Zilá, Laurinda, Geni, Neném e Alicinha prontamente concordam e fazem questão de se reunirem sempre que possível e isso era uma festança. Me alembro como eles se divertiam nessas reuniões.

Morar na cidade na casa da vófonsina era bom demais, casa cheia, tios, tias e a primarada o que faltava lá na serra sobrava aqui na cidade, tinha então uma vida com muita diversão, fui nomeado pela vófonsina de guardião da lenha, ou seja, quando chegava uma carroçada de lenha eu era o responsável pelo guardamento e administração do consumo, também era o colhedor de chuchu oficial e podia ajudar a servir a comida para o porco.

Acho que não sei por que gostava de chutar as canelas da Neiva e da Vilma, acredito que sim porque elas não iriam faltar com a verdade num fato tão relevante mais quero deixar claro aqui que são duas primas que moram no meu coração as quais amo e admiro e nesse caso quero que elas me perdoem por essa falta de respeito. Nessa época o progresso estava batendo as portas da cidade, logo teríamos luz elétrica, a Cemig já estava cavando os buracos para futura plantação dos postes, era bom correr por cima daqueles murunduns de terra e já se falava que logo depois iriam chegar uns tais de paralelepípedos e que carro de boi um absurdo, não irá poder trafegar mais pelas ruas.

Brincadeira boa era andar pelos trilhos até a chácara dos brandões onde o Tio Zezinho e meu pai tinham negócios de vaca, cavalos e bezerros. Meu pai contava que o bostinha do Eduardo(Eduardo Azeredo que viria a ser prefeito e governador de minas) pois que a chácara era do pai dele o Renato Azeredo certo dia foi escoiceado por uma mulinha e que ele levou o menino para a cidade para ser consertado e lá chegando o Doutor Vilmar veio todo solicito e perguntou para ele se era o filho do Doutor Renato quando ele confirmou que era o Doutor então disse “Pode deixar ele aqui que depois eu mesmo levo para casa” pensou o meu pai “se fosse meu filho ele iria cobrar caro e ainda teria que esperar a hora que ele quisesse atender”.

Na noite que estava marcado para inauguração da luz elétrica causou grande sensação na cidade, ades pois que anoiteceu aconteceu aquele clarão, foi um foguetório, a noite virou dia. Bom que agora a gente podia brincar na rua até tarde.

Não sei qual foi o moleque que inventou logo depois a brincadeira de desligar os padrões de energia das casas e sair correndo, brincadeira perigosa porque caso você fosse pego levava uma surra.

Na cozinha além de um majestoso fogão a lenha tinha também uma rede pendurada onde vez e quando minha mãe me passava uma tarefa de grande responsabilidade, eu ficava horas tomando de conta da Maria do Carmo e da Marcia Maria , balançando elas na rede para que ela pudesse cuidar de outras lidas também de muita importância.

Devido talvez, sei lá entende, a algumas brincadeiras que eu práticava, tipo jogar pedras nos patrimônios alheios, colocar latinha de água acima dos muros amarradas por uma linha preta e amarradas nas berradas das calçadas para que caíssem sobre a cabeça de algum transeunte distraído. Ou de ficar horas procurando tocas e caranguejos e tentando pescá-los com cera amarrada na ponta de um barbante resolveram que estava na hora de fazer um cursinho para poder prestar vestibular para o curso primário já que já completara os 6 anos e estava na hora de começar a vida escolar.



Dona Francisquinha foi a professorinha que me ensinou o b a ba, nessa simpática igrejinha fui iniciado no fabuloso mundo das letras mais o que ficou gravado na memória desse tempo foi que um dia  a professora desatenta fez uns carinhos no pezinho de pimenta malagueta que estava sobre a mesa que ela ocupava e por descuido ou poesia resolve esfregar os seus próprios olhos, ai jesus, nesse dia a aula foi encerrada mais cedo, receitaram passar leite nosoios dela, lavar com sabão não sei o que resolveu mas no outro dia o vasinho de pimenta tinha desaparecido.

Ano seguinte 1962 iria todo sorridente fazer a matrícula no Grupo Escolar Waldomiro de Magalhães Pinto, situado na Rua Dr Argemiro Itajubá, 170 para concluir a alfabetização.

 Lembranças da Geralda que tinha um carinho enorme comigo, era considerada um pouco meio que doida e me chamava de Jambinho.

Muita coisa boa vivenciei nesse grupo mais a lembrança que sobressai é da bandinha que a minha madrinha Delourdes ensaiava para uma apresentação que eu fazia parte(a Delourdes ministrava aulas de canto), alguns membros da banda estavam desafinando e eu embarquei na onda e comecei a bagunçar o correto. A professora não gostou nem um pouco e veio furiosa e exclamou “Até você, se não quer participar não precisa” e pegou o meu triangulo e passou para outro músico.

Seria um fato sem muita repercussão não fosse que minha mãe já tinha costurado uma camisa de mangas comprida, acho que tinha até uma gravatinha borboleta para essa apresentação de galã que ocorreria no dia seguinte.

Eu cheguei em casa e não disse nada para ela, pois sabia que nem ela nem meu pai iriam prestigiar essa sinfonia e no dia seguinte veste a roupa, a Geralda apareceu e disse “Está bunito jambinho” e na hora marcada me encaminhei para o local do evento e fiquei do lado de fora esperando que acabasse quando então voltei para casa e ninguém precisou ficar sabendo do acontecido.

Vófonsina faz novas mudanças.

A Casa da vó era como se fosse a central globo de jornalismo, todo dia reunia uma meia dúzia de 3 ou 4 irmãos/irmãs e era então comentadas as principais fofocas da família.

 O Tio Antônio, que já era viúvo e tinha se casado demovo resolvera que iria tentar a sorte no Paraná, lugarzinho longe demais da conta, iria em busca de uma situação melhor para a família, já tinha trabalho garantido em uma grande propriedade rural e preparado para o que iria enfrentar.

 Ouvia disser que o Severino da Tia Neném também resolvera embarcar nessa aventura e fora com a família também para o grandioso estado do Paraná em busca de riqueza.

 Ficar ouvindo as conversas era muito prazeroso para esta criança, sempre fui um bom ouvinte. Nesse interim minha mãe já estava com a família completa, o márcio já apreendera a caminhar, apesar de ter ingerido um pote de anti-sardina estava muito bem de saúde, eu seguia com sucesso os meus estudos no grupo escolar.

Algumas casas da vizinhança já tinham televisão e na hora que passava Bonança, Dom Chicote e outros seriados de aventura a gente chegava de mansinho batia na porta e “Posso assistir” era a palavra de ordem.

Pensava eu que talvez o meu pai não se sentisse muito feliz morando na casa da sogra, não tenho lembranças de participação dele nesses encontros de família visto que era somente para a família da minha mãe.

De repente comecei a ouvir algumas conversas em tom de preocupação de que as coisas não foram bem para o Severino lá no Paraná e que ele estava voltando com a família com as mãos na cabeça e precisava de um lugar para arranchar e conversa vai, conversa vem minha vó, que com razão já deveria estar querendo mais sossego, decidiu que era hora da filha Geni com a família dar lugar para a filha Neném.

 Comunicado da decisão da Vófonsina era chegada a hora de meu pai o Vico da Josina assumir o controle da família que ele tinha, acho que ele gostou muito da ideia e tratou logo de alugar uma casa para gente morar, era a casa do Tião Necleto que ficava perto do corte, em frente a casa do padrinho vigário.


sábado, 11 de junho de 2011

Nos tempos que meu avô Xavier andava por esse mundo!


                            

Nos tempos que o meu avô Xavier andava por esse mundo de Nosso Senhor Jesus Cristo, eu era ainda bem moço, deveria estar beirando os meus quatro anos de idade, até então muito bem vividos na companhia de meu pai, minha mãe e do meu irmão mais velho.

 Vivíamos naquele casarão lá na serra, que pertencia ao vô Xavier onde eles tinham criado a família. Meu avô cansado de morar na roça havia se mudado para a cidade de Santo Antônio do Monte, morava nesse casarão que situava na esquina da Avenida JK com Américo Portela,  Tia Maria morava aqui do lado.

 No dia em que meu avô resolveu deixar esse mundo eu estava bem pertinho dele, foi no dia 29 de novembro de 1959, e alembro como se hoje fosse, ele estava jogando truco que é um jogo barulhento falado, muito divertido, ele falava que quando estava jogando contra o meu pai toda vez que ele trucava podia conferir porque o  Compadre Vico na maioria das vezes estava roubando(blefando, nesse jogo o Chico Campina que era creio eu o parceiro do vô vendo que  ele havia abaixado a cabeça disse em tom de brincadeira “ Vamos Xavier, joga, é sua vez isso não é hora de cochilar” creio que foi nessa hora que se ligaram e foram conferir o meu avô não estava mais nesse mundo.

Foi uma correria “Chama Afonsina”, minha avó estava na casa da Tia Maria, junto com minha mãe, a Tia Alicinha e outras tias que não me lembro e num piscar de olhos a casa estava cheia, gritos, choros e nesse momento  fui removido da cena e só volto a ter lembrança do dia seguinte.,

O velório, as mulheres de meias pretas, muitas orações . assim foi minha despedida do vô Xavier.



quinta-feira, 19 de maio de 2011

Se sair de casa fique atento, vamos naturalmente aprender alguma coisa.

Daqui ficam as doce lembranças da infância, da serra, dos personagens que hoje parecem saídos de um conto de fadas! Do Tialonso e da Maria Frava, do nego Vital, do Nenzito( companheiro inseparável do meu pai), dos Viandantes , do Tipaulo que passava de  moto beirando o curral. Mais tarde quando  morávamos na cidade, na casa dos Xavier voltava sempre a esse lugar, a lembrança do Jeep do Tiozeulisses e da Tiamaria, do Paulinho e do Nizinho.

Meu pai contava que quando se casou com minha mãe foram morar numa casinha no meio dos eucaliptos nas cercanias da fazenda do meu avô Xavier e que foram tempos felizes, onde somentemente ele e minha mãe se amavam. Pouco tempo depois meus avos decidem morar de vez na cidade de samonte onde tinha casa e meus pais se mudam para a serra.

No tempo que meus pais moraram na serra eles não exploram as atividades típicas de fazendeiros, não tinham gado leiteiro nem atividades agropecuárias, meu pai vivia de fazer negócios, compra e venda, catira como ele gostava de disser, com isso minha mãe se queixava de ficar muito sozinha naquele casarão com duas crianças pequenas para cuidar e tinha medo de viandantes, mascates e andarilhos que passavam pelas cercanias e muitas das vezes paravam para pedir uma ajuda, e a deixava muito assustada, insegura.

Engraçado como lembro nitidamente de um bonezinho que tinha mais a primeira experiencia de quase morte não guardei recordações para contar . minha mãe dizia que eu mais o gilberto estávamos brincando no sol e ela preocupada pois que eu não estava usando meu bonezinho, o cujo devia estar caído em algum canto da casa , pegou o referido e colocou na minha cabeça e que eu imediatamente o tirei pois deveria estar incomodando mais que ela pegou o bonezinho dinovo e colocou na minha cabeça e apertou para que eu não voltasse a tirar. Segundo ela eu gritei e já fui desmaiando e ela nesse momento viu um escorpião descendo pela minha orelha, disse que eu fiquei roxo e nesse momento ela desesperada, sozinha em casa pois o meu pai estava fora negociando começou a pedir por socorro aos berros até que apareceu o Zeurides que morava do outro lado córrego e providenciou um jeito de me levar para samonte em busca da cura, de um milagre pois que ela já tinha perdido um filho, Juarez que havia morrido logo depois do nascimento e que ela não suportaria ficar sem o jaminho.Gostava muito de ouvir minha mãe contar esse causo, quanto mais ela contava para as visitas, as tias, os tios mais me encantava, era para mim motivo de orgulho ter sido picado por um escorpião, até hoje ainda me sinto envaidecido por ter sobrevivido a uma picada de escorpião.

 O despertar la naquele casarão da serra era fácil o difícil era conseguir abrir os olhos que ficavam cheios de remela e se tornava dificultoso, muitas das vezes achava que tinha ficado cego custava para conseguir abrir os zoios. 

Muitas das vezes acordava com o matraquear do Nenzito, companheiro de invernadas de meu pai, que como minha mãe falava ficava mais era solto no mundo, fazendo negócios, catireiro, comprando e vendendo e ela sozinha naquele casarão  cuidando de nois, morrendo de medo dos viandantes, mascates e outros andarilhos que transitavam por aquelas bandas.

O Nenzito tinha um cavalo que chamava-se pica-fumo e quando ele chegava soltava o pica-fumo no curral por la o deixava. certa vez vi quando o pica-fumo achou uma tronqueira aberta, que dava para um pastinho que ficava do outro lado da casa e por la se embrenhou, estava o nenzito procurando pelo cavalo quando eu cheguei perto dele e falei cerimonioso que eu não ia lhe contar que tinha visto o pica-fumo passar na tronqueira do outro lado , e ele brincalhão como era me perguntava sério porque que eu não queria contar que tinha visto o pica-fumo fugir para aquele pastinho que ficava do outro lado da casa. Esse causo do cavalo seria repetido entre risadas pelo nenzito durante toda a minha meninice na serra.

A mais antiga recordação do tio Antonio.

Ele tinha ido a serra em visita a minha mãe, estavam conversando la na cozinha, eu gostava de ficar escutando a conversa deles e enquanto isso ia colocando graõs de milho no nariz, um após o outro até que não estava conseguindo respirar direito quando deram fé eu já estava passando muito mal. Tio Antonio então se propões a me levar ate a cidade onde o Dr vilmar poderia fazer a remoção do milharal que estava instalado nas minhas narinas. Me lembro como se hoje fosse de estar sentado no tanque de gasolina da moto com o querido tio antonio indo passear na cidade, porque para me era um passeio onde orgulhoso eu estava pilotando o motor, flahes do consultório do doutor, luzes, pinças e tudo resolvido voltamos para a serra.

Do tio Zeulisses, lembro com detalhes do jeep que passava por dentro do curral, dava uma buzinada e seguia para a cidade. Beku tinha encontrado um toco que para nois era igualzinho do jeep do tio zeulisses e nos brincávamos horas seguidas com aquele toco por estradas que nos desenhávamos no curral.

Tialonzo, tonho do tialalonzo e mariafrava moravam por perto e tenho vagas lembranças deles.

do negro vital me alembro muito bem, certo dia o meu pai perguntou para o vital: vital você quer esse menino para você, se referindo a mim, nesse momento o vital me pegou no colo foi quando o beku veio para cima dele cheio de razão para me resgatar, pois que afinal até então eu era o único companheiro que ele tinha, meu pai dizia que ele gritava huvital sorta ele, e o vital me colocou no chão e disse toma , eu não quero mais minino não.